Eu tento! A sério que tento mas...
Depois de ver a apresentação do novo filme de Fernando Lopes, 98 octanas, não há volta a dar. O cinema português é mesmo uma m*rd*! Depois de ler a brilhante sinopse: "Ele e ela não se conhecem. Algures, numa área de serviço da auto-estrada Lisboa-Porto, ele pára para descansar. Ela também lá está e parece tão à deriva quanto ele: é um encontro fortuito que talvez não tenha nada de fortuito. Quase sem palavras, partem os dois no carro dele. Sucedem-se as áreas de serviço, os motéis, as conversas e os silêncios, as revelações e os mistérios. Ele e ela desenham o mapa de uma aventura interior cujo destino ambos desconhecem. Em todo o caso, ela espera que ele a conduza a um local primordial, quase mítico: a casa da avó. Na sua solidão, cada um deles pode, pura e simplesmente, perder-se... ou talvez, encontrar o outro", tenho a dizer...
Ainda bem que ele e ela não se conhecem pois caso já se conhecessem o filme poderia-nos parecer logo à partida ainda mais aborrecido. É igualmente positivo que ele tenha parado na área de serviço da A1 para descansar, pois todos sabemos como é perigoso conduzir muito tempo seguido. Melhor ainda é ela também lá ter parado pois, de contrário, o encontro fortuito que talvez não tenha nada de fortuito poderia não ter ocorrido. Mas bom, bom, mesmo bom, é a referência aquele "local primordial, quase mítico" que é a casa da avó. Ora, quem não tem uma avó com uma casa assim..., mítica. Eu tenho uma avó com duas casas míticas. Uma vez, uma prima foi-me visitar à casa mítica nº1 e eu mostrei-lhe o Monte Olimpo.
Mas aquilo que mais gostei foi este trecho do diálogo entre o Rogério Samora e a Carla Chambel:
Carla Chambel - Vamos para onde?
Rogério Samora - Longe.
Carla Chambel - E onde é que isso fica?
Rogério Samora - Perto.
Enfim, uma obra de arte...